domingo, 25 de dezembro de 2011

O relevo do fundo marinho

Quem nunca se perguntou como é o formato do relevo, ou chão por assim dizer, do fundo do mar. Será que é plano? Ou cheio de dobras? E qual sua profundidade?
Para muitos, o fundo do mar é um completo mistério e algumas informações quase nunca chegam à leitores leigos sobre o assunto, um exemplo disso são as respostas que podem ser obtidas ao se perguntar sobre a profundidade média dos oceano. Na verdade, essa profundidade média passa dos 3000 metros, ou seja, se o fundo marinho tivesse a mesma profundidade para todo local onde há água salgada, essa profundidade seria de 3000 metros (não haveria praias mais rasas do que isso), isso é muito se comparado à fração do Oceano que temos contato ou que convivemos.
Esse texto tem como objetivo dividir os compartimentos oceânicos para que os leitores vejam o quão imenso é o Oceano e quão diferente seu relevo é daquilo que pensamos ser.
Primeiramente é necessário dividirmos o relevo marinho em três partes (ou compartimentos): margem continental, assoalho oceânico e dorsal oceânica. Vamos trabalhar separadamente com cada um deles.

Margem continental
É dividida em plataforma continental (local onde o ser humano está mais habituado, ideal para mergulhos e onde se localizam as praias, geralmente não possui grande declive, tendo 350 km de largura e uma profundidade que não ultrapassa os 140 m, porém, na Sibéria, há uma plataforma com 1280 km de largura, localizada no Oceano Ártico), talude continental (é justamente onde termina a plataforma continental, pois o declive se torna maior, geralmente não passa dos 25º, tem em média 20 km de largura e atinge uma profundidade de 3700 m, tenha em mente que o fim do talude é o verdadeiro limite de um continente) e sopé continental (é um local no "pé" do talude onde há depósito de sedimentos, sua extensão varia entre 100 e 1000 km, sua inclinação é normalmente 1/8 da inclinação do talude continental).
O processo geológico que predomina em toda a plataforma continental é a sedimentação, principalmente aquela que deriva de componentes da terra (terrígenos) e de organismos vivos (biogênicos). Veja agora uma ilustração da configuração da margem continental como aqui vimos:


"Fundamento de Oceanografia - Tom Garrisson, 2010."


Assoalho oceânico
O assoalho começa justamente onde termina a margem continental e é o maior compartimento oceânico, constituindo mais da metade da superfície da Terra! Comparando com a superfície, o assoalho oceânico pode ser visto como um grande campo quase que inteiramente plano, com algumas estruturas geológicas características desse tipo de compartimento, tais como: fontes hidrotermais (falaremos delas em uma outra postagem), planícies e colinas abissais (com praticamente as mesmas características das planícies e colinas terrestres, com a diferença que se situam entre 3700 e 5500 metros de profundidade), montes submarinos, fossas e arcos de ilhas (um tipo de cadeia de vulcões).
A sedimentação também é o principal processo geológico presente nessa área, porém, sua origem é diferente. Desta vez, os sedimento é proveniente do vulcanismo (sedimentos vulcanogênicos) vindos do próprio assoalho (arcos de ilhas) ou da dorsal oceânica, falaremos sobre esta parte do relevo oceânico no próximo tópico.

Dorsal oceânica
Essa estrutura geológica é responsável pela criação da crosta terrestre, já que se trata de um local de divergência de placas tectônicas, ou seja, duas placas tectônicas estão se fastando uma da outra criando uma fratura no centro, onde, devido à temperatura e à pressão, é expelido o magma responsável pela criação da nova crosta oceânica.
Um exemplo característico desse compartimento oceânico é a Dorsal Meso-atlântica, situada no centro do Atlântico (para nós brasileiros entre o Brasil e a África). Além de criar nova crosta oceânica essa dorsal também é responsável pelo processo de separação que ocorre entre a América e a África, observe as figuras:

Adaptado do livro: "Fundamento de Oceanografia - Tom Garrisson, 2010."


"Fundamento de Oceanografia - Tom Garrisson, 2010."


O principal processo geológico que ocorre nas dorsais oceânicas é o vulcanismo, devido à grande concentração de vulcões e ao afloramento do magma causado pela própria dorsal.
Veja abaixo agora como se dá a união de todos esses compartimentos oceânicos e como eles se completam no fundo marinho:
"Fundamento de Oceanografia - Tom Garrisson, 2010."




Referências:

GARRISON, Tom. Fundamentos de Oceanografia. Tradução por Cintia Miyaji, et al. Quarta edição. São Paulo: CENGAGE Learning, 2010. 426 páginas.

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